Como todo meio de comunicação, as Redes Sociais podem ser utilizadas tanto para o bem quanto para o mal.
Em tempos recentes, tem se tornado cada vez mais comum o uso da difamação nas redes sociais, principalmente para atacar opositores ideológicos e políticos. Pretendo mostrar neste artigo que essa ação pode ser feita de forma planejada e profissional. Trata-se de uma tática de guerrilha em mídias sociais utilizada tanto a nível pessoal quanto empresarial.
O que é a estratégia da Guerrilha?
A guerrilha no campo politico-militar é em essência uma estratégia com a finalidade de minar resistências. Uma característica bastante significativa é o fato dos guerrilheiros se misturarem a pessoas comuns tornando mais difícil a resposta ou contra-ataque. Normalmente os guerrilheiros ficam “camuflados” e se confundem com pessoas comuns. (Ps: Guerrilha e Terrorismo não são a mesma coisa. Na verdade, o terror acaba sendo uma tática de guerrilha em vários casos).
Já a guerrilha no campo do marketing, em essência, não difere muito da guerrilha no campo político-militar (o Marketing adora pegar definições militares para si). A guerrilha no campo do Marketing também são ações “camufladas”, muitas vezes passando a sensação de espontaneidade e a mensagem é passada de forma “natural”, sem a forçar muito a barra como uma propaganda.
Acho que essa definição, um tanto rasteira, é verdade, já dá para compreender o que será dito daqui para frente.
Mídias Sociais na Internet.
A própria estrutura da internet já favorece o anonimato em ações, ou seja, se camuflar é mais fácil. Não irei discutir aqui se isso é bom ou ruim, mas o fato é que tal fato acaba facilitando a ação de pessoas que tem intenções difamatórias para seus “oponentes”. O oponente pode ser uma pessoa, um grupo, um segmento ou um concorrente (no caso de empresas).
Tais ações não são vistas com bons olhos no campo ético, principalmente quando se fala de empresas, e as reações normalmente são negativas podendo trazer grandes dores de cabeça. Apesar da internet favorecer o anonimato, tudo nela fica registrado e pode ser consultado via judicial (embora existam meios de dificultar bastante o rastreamento).
As mídias sociais na internet também favorecem muito o que a gente chama de “viralização da mensagem”. O que antes se espalhava praticamente no “boca a boca”, hoje pode tomar proporções gigantescas devido ao próprio comportamento do usuário que busca se relacionar, alimentar o ego e se divertir muitas vezes se impondo desafios. Isso sem contar no “espírito de solidariedade” que uns têm com os outros.
Então, quem pretende difamar e acabar com a reputação de uma pessoa ou empresa (apesar das consequências legais que isso pode causar), tem nas mídias sociais um terreno bastante fértil. Pode-se ganhar adeptos da causa, estimular compartilhamentos (replicações das mensagens) e jogar com o “ego”, com a vaidade, com a soberba e com o desafio de um jogo.
Outra característica muito importante das redes sociais é o fato da pessoa se sentir próxima e "amiga" de quem tem adicionado. Essa sensação de proximidade é um fator muito importante na persuasão. Afinal, você cofia mais nas informações passadas por alguém que você conhece ou por um desconhecido?
As mídias sociais também tem isolado os indivíduos no campo físico. As pessoas tem se relacionado muito mais virtualmente do que pessoalmente e, como o homem é um ser social, isso acaba gerando uma CARÊNCIA nele fazendo-o buscar cada vez mais "amigos" virtuais para tentar preencher tal vazio. Detalhe... Isso NUNCA irá satisfazer os indivíduos, por diversas razões que não cabe citar agora.
Comportamentos do Brasileiro que Favorecem o Difamador
O brasileiro é um “povo gozador”, adora gozar da cara dos outros. Uma “trollagem” é fundamental para dar umas boas risadas. Se essa “trollagem” for em nome de uma causa então... Aí que o brasileiro se joga de corpo e alma. Um “lema” que o brasileiro adora é o fato de não levar muito as coisas a sério pois a vida já é muito dura e cheia de problemas para se estressar com “coisa pequena”.
Só que tem um detalhe... Quando a pessoa se abre dessa forma, através do humor, é possível incutir uma linha de pensamento de forma muito mais fácil e efetivo, pois a mensagem fica registrada meio que “subliminarmente”. Vocês já devem ter reparado que muitas, diversas, inúmeras propagandas brasileiras de sucesso (falando em alcance de objetivos) e que são mais comentadas são exatamente as que têm o humor envolvido. (Obs: Hoje em dia com essa onda do “politicamente correto”, essa graça já está se perdendo.)
Trazendo pro campo das redes sociais, reparou que o conteúdo que mais faz sucesso nas redes sociais são os que fazem uso do humor ou do ridículo (para tirar sarro)? Segmentando ainda mais, fan pages no Facebook crescem muito mais rápido se tiver pitadas de humor e de sarro com a cara dos outros (vide Gina Indelicada, Dilma Bolada e, recentemente, a Ruth Sheherazade). E, detalhe, se a fan page tiver ligação oficial com alguma entidade em que ela favorece, o crescimento cai vertiginosamente. Podemos dar como exemplo a página “Gina Indelicada” que perdeu a graça quando a empresa resolveu “comprar” a página. O Dilma Bolada também perdeu força quando se ligou à "indivídua real".
O brasileiro também adora aderir uma causa. Páginas que defendem alguma causa que desperte o emocional...
Outro fato interessante é que os brasileiros, de forma geral, não gosta muito de ser abordado por alguma entidade (política ou empresarial) no momento de sua “diversão” se essa entidade não estiver de acordo com sua personalidade, desejos e valores (por isso é importante segmentar). Isso cria-se a oportunidade e abre-se a brecha de empresas desejarem criar páginas que não associam diretamente a marca, mas que passa a mensagem de forma sutil, estimulando a venda de seus produtos/serviços, de forma camuflada.
Não pode também deixar de fora a questão do “desafio”, do “game”... Crescer uma fan page pode ser tomada por alguns (a maioria, na verdade) como um jogo em que os pontos são o número de fãs da página. E essa dinâmica da fan page foi pensada exatamente para isso, para assim manter os administradores de páginas presos à rede social e fazendo “rodar conteúdo”.
O sentimento de vaidade também é bastante significativo. É algo como “sou dono de uma fan page com mais de 100.000 fãs, logo sou importante, faço parte da ‘elite do Facebook’”. Esse perfil, essa vaidade, abre uma porta gigantesca para pessoas que tem habilidades de persuasão influenciarem tais administradores a produzirem conteúdo e trabalharem para eles. Claro que tudo de forma sutil, como se o “influenciador” tivesse as melhores intenções e só está querendo ajudar os administradores a disseminar um conteúdo. Se a fan page for em defesa de uma causa ou ideologia, isso é ainda mais fácil.
Continua...
Como o post ficou bastante grande, resolvi quebrar em duas partes. Na segunda parte irei expor algumas Táticas de Guerrilha nas Mídias Sociais para a Estratégia de Difamação nas Redes Sociais. Talvez, ainda dê dicas de como viabilizar (agir). Na verdade, ainda estou pensando se vale a pena expor...
O que é a estratégia da Guerrilha?
A guerrilha no campo politico-militar é em essência uma estratégia com a finalidade de minar resistências. Uma característica bastante significativa é o fato dos guerrilheiros se misturarem a pessoas comuns tornando mais difícil a resposta ou contra-ataque. Normalmente os guerrilheiros ficam “camuflados” e se confundem com pessoas comuns. (Ps: Guerrilha e Terrorismo não são a mesma coisa. Na verdade, o terror acaba sendo uma tática de guerrilha em vários casos).
Já a guerrilha no campo do marketing, em essência, não difere muito da guerrilha no campo político-militar (o Marketing adora pegar definições militares para si). A guerrilha no campo do Marketing também são ações “camufladas”, muitas vezes passando a sensação de espontaneidade e a mensagem é passada de forma “natural”, sem a forçar muito a barra como uma propaganda.
Acho que essa definição, um tanto rasteira, é verdade, já dá para compreender o que será dito daqui para frente.
Mídias Sociais na Internet.
A própria estrutura da internet já favorece o anonimato em ações, ou seja, se camuflar é mais fácil. Não irei discutir aqui se isso é bom ou ruim, mas o fato é que tal fato acaba facilitando a ação de pessoas que tem intenções difamatórias para seus “oponentes”. O oponente pode ser uma pessoa, um grupo, um segmento ou um concorrente (no caso de empresas).
Tais ações não são vistas com bons olhos no campo ético, principalmente quando se fala de empresas, e as reações normalmente são negativas podendo trazer grandes dores de cabeça. Apesar da internet favorecer o anonimato, tudo nela fica registrado e pode ser consultado via judicial (embora existam meios de dificultar bastante o rastreamento).
As mídias sociais na internet também favorecem muito o que a gente chama de “viralização da mensagem”. O que antes se espalhava praticamente no “boca a boca”, hoje pode tomar proporções gigantescas devido ao próprio comportamento do usuário que busca se relacionar, alimentar o ego e se divertir muitas vezes se impondo desafios. Isso sem contar no “espírito de solidariedade” que uns têm com os outros.
Então, quem pretende difamar e acabar com a reputação de uma pessoa ou empresa (apesar das consequências legais que isso pode causar), tem nas mídias sociais um terreno bastante fértil. Pode-se ganhar adeptos da causa, estimular compartilhamentos (replicações das mensagens) e jogar com o “ego”, com a vaidade, com a soberba e com o desafio de um jogo.
Outra característica muito importante das redes sociais é o fato da pessoa se sentir próxima e "amiga" de quem tem adicionado. Essa sensação de proximidade é um fator muito importante na persuasão. Afinal, você cofia mais nas informações passadas por alguém que você conhece ou por um desconhecido?
As mídias sociais também tem isolado os indivíduos no campo físico. As pessoas tem se relacionado muito mais virtualmente do que pessoalmente e, como o homem é um ser social, isso acaba gerando uma CARÊNCIA nele fazendo-o buscar cada vez mais "amigos" virtuais para tentar preencher tal vazio. Detalhe... Isso NUNCA irá satisfazer os indivíduos, por diversas razões que não cabe citar agora.
Comportamentos do Brasileiro que Favorecem o Difamador
O brasileiro é um “povo gozador”, adora gozar da cara dos outros. Uma “trollagem” é fundamental para dar umas boas risadas. Se essa “trollagem” for em nome de uma causa então... Aí que o brasileiro se joga de corpo e alma. Um “lema” que o brasileiro adora é o fato de não levar muito as coisas a sério pois a vida já é muito dura e cheia de problemas para se estressar com “coisa pequena”.
Só que tem um detalhe... Quando a pessoa se abre dessa forma, através do humor, é possível incutir uma linha de pensamento de forma muito mais fácil e efetivo, pois a mensagem fica registrada meio que “subliminarmente”. Vocês já devem ter reparado que muitas, diversas, inúmeras propagandas brasileiras de sucesso (falando em alcance de objetivos) e que são mais comentadas são exatamente as que têm o humor envolvido. (Obs: Hoje em dia com essa onda do “politicamente correto”, essa graça já está se perdendo.)
Trazendo pro campo das redes sociais, reparou que o conteúdo que mais faz sucesso nas redes sociais são os que fazem uso do humor ou do ridículo (para tirar sarro)? Segmentando ainda mais, fan pages no Facebook crescem muito mais rápido se tiver pitadas de humor e de sarro com a cara dos outros (vide Gina Indelicada, Dilma Bolada e, recentemente, a Ruth Sheherazade). E, detalhe, se a fan page tiver ligação oficial com alguma entidade em que ela favorece, o crescimento cai vertiginosamente. Podemos dar como exemplo a página “Gina Indelicada” que perdeu a graça quando a empresa resolveu “comprar” a página. O Dilma Bolada também perdeu força quando se ligou à "indivídua real".
O brasileiro também adora aderir uma causa. Páginas que defendem alguma causa que desperte o emocional...
Outro fato interessante é que os brasileiros, de forma geral, não gosta muito de ser abordado por alguma entidade (política ou empresarial) no momento de sua “diversão” se essa entidade não estiver de acordo com sua personalidade, desejos e valores (por isso é importante segmentar). Isso cria-se a oportunidade e abre-se a brecha de empresas desejarem criar páginas que não associam diretamente a marca, mas que passa a mensagem de forma sutil, estimulando a venda de seus produtos/serviços, de forma camuflada.
Não pode também deixar de fora a questão do “desafio”, do “game”... Crescer uma fan page pode ser tomada por alguns (a maioria, na verdade) como um jogo em que os pontos são o número de fãs da página. E essa dinâmica da fan page foi pensada exatamente para isso, para assim manter os administradores de páginas presos à rede social e fazendo “rodar conteúdo”.
O sentimento de vaidade também é bastante significativo. É algo como “sou dono de uma fan page com mais de 100.000 fãs, logo sou importante, faço parte da ‘elite do Facebook’”. Esse perfil, essa vaidade, abre uma porta gigantesca para pessoas que tem habilidades de persuasão influenciarem tais administradores a produzirem conteúdo e trabalharem para eles. Claro que tudo de forma sutil, como se o “influenciador” tivesse as melhores intenções e só está querendo ajudar os administradores a disseminar um conteúdo. Se a fan page for em defesa de uma causa ou ideologia, isso é ainda mais fácil.
Continua...
Como o post ficou bastante grande, resolvi quebrar em duas partes. Na segunda parte irei expor algumas Táticas de Guerrilha nas Mídias Sociais para a Estratégia de Difamação nas Redes Sociais. Talvez, ainda dê dicas de como viabilizar (agir). Na verdade, ainda estou pensando se vale a pena expor...
Fonte: Comunicação Conservadora
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