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quinta-feira, 3 de julho de 2014

Tribunal dos Estados Unidos autorizou espionagem de 193 países

Telegraph Sede de Comunicações do Governo (GCHQ) do Reino Unido. Os Estados Unidos teriam pago 100 milhões de libras ao órgão britânico para a espionagem, ao longo de três anos.

Praticamente nenhum país ou governo estrangeiro ficou isento da espionagem global da Agência Nacional de Segurança (NSA) estadunidense. De acordo com uma matéria do jornal The Washginton Post, desta segunda-feira (30/6), um documento oficial recentemente divulgado inclui 193 países cujas informações podem ter sido interceptadas após uma autorização judicial à NSA.

Os documentos recém-divulgados mostram que apenas quatro governos não foram incluídos na lista para a espionagem: os do Reino Unido, do Canadá, da Austrália e da Nova Zelândia, em grande parte cúmplices da “vigilância” estadunidense, segundo revelações anteriores feitas através dos documentos vazados pelo ex-técnico da NSA, Edward Snowden.

Os quatro governos excluídos da lista são também signatários de acordos abrangentes de “não espionagem” com os EUA. O grupo, segundo o Washington Post, é conhecido como “Cinco Olhos”. O documento revelado, um certificado datado de 2010, em conjunto com outros textos, indica que a NSA tem recebido uma “autoridade muito mais elástica” do que a já revelada, afirma o jornal.

O certificado foi aprovado pelo Tribunal para Vigilância de Inteligência Estrangeira e inclui um conjunto de documentos vazados por Snowden, listando os 193 países que seriam de “interesse válido” para a espionagem dos EUA.

O documento também autorizava que a NSA coletasse informações sobre entidades que incluíam o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, a União Europeia e a Agência Internacional de Energia Atômica.

Os oficiais da NSA recusaram-se a comentar sobre o certificado ou admitir a sua autenticidade e sublinharam as constrições postas à coleta de “inteligência estrangeira”, como os diversos requisitos estabelecidos pelo presidente, pelo diretor dos serviços de inteligência nacionais e pelos vários departamentos no Quadro de Prioridades da Inteligência Nacional.

O Washington Post ressalva que o texto não é uma prova da prática efetiva de espionagem desses países, mas apenas da permissão para fazê-lo. Entretanto, as implicações para a privacidade são extensas, como têm denunciado os defensores dos direitos civis.

“Estes documentos mostram tanto o potencial alcance das atividades de vigilância do governo quanto a o papel excessivamente modesto que o tribunal desempenha ao monitorá-las,” disse Jameel Jaffer, vice-diretor legal da Associação Americana de Liberdades Civis, citado pelo Washington Post.

Da Redação do Vermelho,
Com informações do Washington Post

Fonte: Vermelho

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