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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Insulina pode ser usada como arma letal


O menino Joaquim Ponte Marques pode ter morrido com uma overdose de insulina, diz a polícia

É por isso que a polícia de Ribeirão Preto trabalha com a hipótese de que a causa possível da morte de Joaquim tenha sido uma overdose de insulina.

A criança era diabética e recebia regularmente aplicações do medicamento utilizado para controlar o nível de açúcar no sangue.

Dias antes da morte de Joaquim, segundo denúncia feita pela mãe dele, Natália Ponte, ela teria flagrado o companheiro e padrasto do menino, Guilherme Longo, fazendo uma pesquisa na internet sobre a utilização de insulina.

Ele alegaria depois que pensava em usar a droga para aplacar suas crises de abstinência.

Guilherme é dependente químico, havia se livrado das drogas, mas teve uma recaída um mês antes do desaparecimento e morte do enteado.

Em depoimento feito após ir para a prisão, Guilherme contou para a polícia que aplicou em si mesmo 30 doses da insulina de Joaquim.

Isso levou à suspeita de que, na verdade, ele teria aplicado esta quantidade altíssima na criança, que, depois, teria sido jogada no córrego Tanquinho, que fica atrás da casa da família, no Jardim Independência.

Até agora, 69 casos no mundo

A insulina mata e pode ser usada criminosamente. É o que aponta um estudo feito por dois peritos da Faculdade de Medicina de São Paulo que fizeram um levantamento mundial sobre os assassinatos em que os homicidas usaram o medicamento.

De acordo com o estudo, feito por Marcos Moraes Biancalana e Talita Zerbini, foram encontrados 69 casos de morte por insulina na literatura mundial e a maioria dos criminosos eram parentes próximos ou conhecidos que tinham noção de como usar o medicamento.

Eles afirmam que a pesquisa “Morte por envenenamento através da administração da insulina: uma revisão” tem o objetivo de orientar os profissionais sobre este método usado pelos criminosos já que não existem protocolos para a investigação de morte em que se suspeite da hipoglicemia como causa.

Entre os criminosos estão enfermeiras, médicos, maridos, esposas, mães e pais. A pesquisa mostra que o método é eficiente para matar pessoas sem deixar indícios de ato criminoso. Segundo os autores da pesquisa, o aumento do número de casos de homicídios com insulina aumentou nos últimos 30 anos porque surgiram métodos capazes de detectar a substância em cadáveres.

Ribeirão sem casos

O médico legista João Arnaldo Damião Melki, diretor do Instituto Médico Legal de Ribeirão Preto, diz que a cidade nunca teve casos. Melki explica: “Dependendo da dose, a insulina é letal. A pessoa pode ter hipoglicemia (queda de açúcar no sangue) fatal. Ela entra em coma e tem parada cardíaca. Não é uma morte rápida”.

A literatura mostra que a insulina foi utilizada como arma por seis de 77 profissionais de saúde acusados ou culpados de homicídios em série. E a insulina foi responsável por 13% das mortes por injeção, comparados com 17% de mortes por cloreto de potássio e 23% por opiáceos.

Critérios de busca

Segundo a pesquisa, a Polícia pode identificar se a vítima foi alvo de uma dose letal de insulina seguindo alguns procedimentos básicos.

O primeiro deles começa no inquérito policial quando as autoridades devem verificar se o suspeito fez telefonemas ou anotações sobre o caso. O policial também deve estar atento à profissão dele e se ele tem conhecimento de como usar a insulina ou se apresenta psicopatia.

O segundo passo é apreender na casa todos os frascos de insulina, seringas ou canetas que devem ser posteriormente analisadas em busca de indícios de uso.

O terceiro passo é função do legista que deve procurar no cadáver outros sinais de lesões corporais ou algum indício de asfixia já que para atingir a morte é necessária uma alta dose de insulina.

O legista também deve colher sangue e urina, além de amostras biológicas do cadáver.

Pesquisa

O estudo engloba textos publicados entre 1930 e 2010. Dos 69 casos de homicídios levantados nesta revisão, 55 foram registrados na literatura médica, doze foram retirados da mídia impressa via Internet e dois foram acessados através do sistema judiciário norte- americano.

Associação orienta a fazer testes

Adriana Jorge, presidente da Associação dos Diabéticos de Ribeirão Preto, reafirma que o excesso de insulina no corpo mata. “O diabético que toma insulina a mais vai ter hipoglicemia o que vai levar à ausência de oxigênio no corpo”. Ela explica que a vítima fica tonta, o corpo treme, o suor é abundante e o estado é de confusão total. “Esta pessoa pode ser salva se tomar água com açúcar, refrigerante, suco ou apenas açúcar para elevar a glicose”.

Ela alerta que quem tomar uma dosagem excessiva e for dormir corre o risco de morrer. “O corpo não vai reagir. Se o paciente for uma criança, deve sempre fazer teste de glicemia antes da aplicação”.

IML de Ribeirão pede urgência nos laudos

O diretor do IML (Instituto Médico Legal) de Ribeirão Preto, João Arnaldo Damião Melki, afirmou que pediu agilidade para o IML de São Paulo na análise das amostras retiradas do corpo de Joaquim Ponte Marques, três anos, que morreu no dia 5 de novembro.

A Polícia Civil trabalha com a hipótese de o menino ter sido vítima de uma superdosagem de insulina e depois de morto o corpo foi jogado no rio Pardo onde ficou por cinco dias até ser encontrado próximo a cidade de Barretos.

“O IML de São Paulo sabe que precisamos dos exames rapidamente, mas o serviço atende o Estado inteiro. Não dá para prever quanto tempo vai demorar para recebermos os exames, mas pedi prioridade”, afirma. Segundo ele, foram enviados exames toxicológicos, DNA (para saber se o corpo realmente é de Joaquim).

Rio mascara a insulina, diz o legista Melki

O corpo de Joaquim Ponte Marques não tinha sinais de violência. É o que constatou o legista Mauricio Moretto.

“O IML de Barretos, que fez a necropsia, informou que não existem lesões externas que justificassem o óbito. Não havia sinais de asfixia”, afirma João Melki.

De acordo com Melki, vai ser muito difícil encontrar no corpo do menino sinais da insulina.

“Não aparece nos exames, só se for por milagre”, afirmou.

Um dos motivos é o tempo que o corpo da criança permaneceu na água. Também não é possível estabelecer o horário em que o menino morreu.

“Neste tipo de meio (rio) muda tudo aquilo que está dito na literatura. Não tem padrão. Cada caso é um caso”.

Fonte: A cidade 

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