Sede da NSA
Alexandre Martins
Programa Marina armazena dados de milhões de pessoas durante 365 dias, independentemente de serem consideradas ou não suspeitas.
A Agência de Segurança Nacional (NSA) norte-americana guarda durante um ano informações sobre chamadas telefónicas e navegação na Internet de milhões de pessoas em todo o mundo, sem nenhum critério definido – qualquer utilizador, seja ou não considerado uma "pessoa de interesse" para os serviços secretos, pode ficar com o seu historial armazenado nas bases de dados da NSA.
Os pormenores deste programa, conhecido como "Marina", estão incluídos na série de documentos recolhidos pelo antigo analista informático Edward Snowden e foram divulgados nesta segunda-feira pelo jornal britânico The Guardian.
O objectivo é permitir que os serviços secretos tenham acesso ao padrão de comportamento online de milhões de pessoas, através do registo de metainformação (dados como o historial de navegação na Internet, pesquisas em mapas, duração e localização de chamadas telefónicas – quase tudo, excepto o suporte áudio das conversas e o conteúdo dos emails).
As autoridades dos EUA têm repetido em várias ocasiões que apenas é guardada informação sobre pessoas consideradas suspeitas, mas o Programa Marina indica o contrário. Num documento distribuído aos agentes da NSA, lê-se que "a aplicação de metainformação do Marina rastreia a utilização dos browsers, recolhe informação de contactos/conteúdos e produz resumos sobre um alvo.
O objectivo é permitir que os serviços secretos tenham acesso ao padrão de comportamento online de milhões de pessoas, através do registo de metainformação (dados como o historial de navegação na Internet, pesquisas em mapas, duração e localização de chamadas telefónicas – quase tudo, excepto o suporte áudio das conversas e o conteúdo dos emails).
As autoridades dos EUA têm repetido em várias ocasiões que apenas é guardada informação sobre pessoas consideradas suspeitas, mas o Programa Marina indica o contrário. Num documento distribuído aos agentes da NSA, lê-se que "a aplicação de metainformação do Marina rastreia a utilização dos browsers, recolhe informação de contactos/conteúdos e produz resumos sobre um alvo.
Esta ferramenta oferece a capacidade de exportar dados numa variedade de formatos, bem como criar gráficos que contribuem para o estabelecimento de um padrão de vida".
A ideia é conseguir olhar para trás no tempo, a partir do momento em que alguém passa para a lista de pessoas suspeitas de envolvimento em acções terroristas ou outras actividades criminosas. A principal questão é que, em muitos casos, os dados são registados e armazenados quando as pessoas não são suspeitas, nem as suas actividades despertam qualquer interesse aos serviços secretos norte-americanos.
"Uma das características mais distintivas do Marina é a capacidade para olhar para trás sobre os últimos 365 dias de metainformação observada pelo sistema de recolha de dados Sigint, independentemente de [esses dados] terem ou não sido objecto de um pedido de recolha", lê-se no documento, citado pelo The Guardian.
Contactada pelo jornal britânico, a NSA não se referiu directamente à questão do armazenamento de metainformação de cidadãos sobre os quais não existem suspeitas de qualquer actividade criminosa.
Em resposta, a agência norte-americana repete o que já tinha sido afirmado em várias ocasiões, inclusivamente pelo Presidente dos EUA, Barack Obama, e que é uma questão diferente: "Sabemos que existe uma percepção errada de que a NSA ouve conversas telefónicas e lê os emails de americanos comuns, com o objectivo de monitorizar ilegalmente cidadãos dos EUA.
A ideia é conseguir olhar para trás no tempo, a partir do momento em que alguém passa para a lista de pessoas suspeitas de envolvimento em acções terroristas ou outras actividades criminosas. A principal questão é que, em muitos casos, os dados são registados e armazenados quando as pessoas não são suspeitas, nem as suas actividades despertam qualquer interesse aos serviços secretos norte-americanos.
"Uma das características mais distintivas do Marina é a capacidade para olhar para trás sobre os últimos 365 dias de metainformação observada pelo sistema de recolha de dados Sigint, independentemente de [esses dados] terem ou não sido objecto de um pedido de recolha", lê-se no documento, citado pelo The Guardian.
Contactada pelo jornal britânico, a NSA não se referiu directamente à questão do armazenamento de metainformação de cidadãos sobre os quais não existem suspeitas de qualquer actividade criminosa.
Em resposta, a agência norte-americana repete o que já tinha sido afirmado em várias ocasiões, inclusivamente pelo Presidente dos EUA, Barack Obama, e que é uma questão diferente: "Sabemos que existe uma percepção errada de que a NSA ouve conversas telefónicas e lê os emails de americanos comuns, com o objectivo de monitorizar ilegalmente cidadãos dos EUA.
Mas isso não é verdade. (…) As actividades de recolha de informação no estrangeiro são conduzidas de acordo com os procedimentos aprovados pelo procurador-geral dos EUA e pelo secretário da Defesa e, nos casos em que isso seja necessário, com a autorização do tribunal de vigilância [Foreign Intelligence Surveillance Court – FISA]."
Fonte: Público
Via: Revellati online
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