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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Banco da Inglaterra ajudou a Alemanha nazista


O Banco da Inglaterra (Bank of England) ajudou os nazis: em 1939, ele transferiu as reservas de ouro da Tchecoslováquia para as contas do Reichsbank alemão e, mais tarde, a pedido deste último, vendeu uma parte do metal precioso. Esta informação escandalosa foi publicada pelo próprio Banco da Inglaterra.

No site oficial do Banco da Inglaterra, encontram-se disponíveis várias páginas de sua história, nas quais, sob o título "Czech Gold Incident", é relatado com todos os detalhes – datas, nomes, números de contas e montantes – o chamado "caso do ouro tcheco". Receando uma intervenção da Alemanha, os tchecos intentaram salvar uma parte das reservas de ouro do país, no valor de 5,6 milhões de libras, ou 300 milhões de libras de acordo com a taxa de câmbio atual. Em 1938, Praga decidiu transferir esse ouro para a Inglaterra.

Contudo, apesar das precauções tomadas, os alemães apropriaram-se do ouro tcheco, utilizando para tal objetivo a máquina burocrática. A pilhagem mediante esquemas bancários foi muito mais rápida do que uma operação militar. Através do Banco de Compensações Internacionais foi enviada uma ordem de transferência do ouro tcheco para as contas do Reichsbank. No espaço de 10 dias, a ordem foi cumprida.

Se deixarmos de lado a dimensão ética e o simples conceito humano de que ajudar o regime nazista é abominável, aquela transação do Banco da Inglaterra foi correta. Todo o trabalho foi feito com profissionalismo do mais alto nível, fez notar o analista financeiro David Buik:

“Aquela era uma transação comercial corrente, feita de acordo com uma ordem do cliente, e semelhante operação teria sido efetuada por qualquer outro banco. Na altura, a Grã-Bretanha ainda não estava em guerra com a Alemanha e, portanto, não havia nenhuma razão para declinar a ordem dos alemães: as relações entre os dois países se mantinham.”

O mais interessante é que a cúpula do Banco da Inglaterra, tanto agora como na altura, reconhece que atuou fechando os olhos à situação política na Europa, disse Patrick Jenkins, editor bancário do jornal The Financial Times:

“É de destacar que isso foi feito sem que o governo britânico o soubesse. Naquele momento, o governo estava no limiar da guerra e de nenhuma maneira podia prestar qualquer ajuda política ou econômica aos nazistas. O banco britânico, é evidente, atuou conforme seu próprio arbítrio, sem dar ouvidos a ninguém.”

Por outro lado, seria difícil admitir que o governo não estava de maneira nenhuma a par daquilo que o principal banco do país estava fazendo. Trata-se mais bem de uma atitude de conivência das autoridades, julga o analista financeiro David Buik:

“Eu o descreveria como um comportamento de avestruz: o governo dos conservadores meteu a cabeça na areia, permanecendo convencido de que os problemas de Hitler e do resto da Europa não eram nada mais do que uma fantasia alheia.”

Vários especialistas traçam paralelos entre aquele “incidente” e o trabalho dos bancos atuais. O mundo continua ignorando o que acontece em grandes instituições financeiras. O escândalo do ouro tcheco despertou o debate sobre a dureza dos mecanismos bancários e sobre uma determinada psicologia bancária, caracterizada pelo culto do profissionalismo e da tecnocracia, o empenho de servir o cliente apesar de todas as circunstâncias externas e o culto de seus próprios empregados, quando cerca de 50% dos rendimentos de todos os bancos são destinados à bonificação dos gestores de topo.

Não se pode excluir que a União Europeia, que procura com tanta insistência criar uma união bancária, o faça não só para ajudar as instituições do setor mas também para as controlar.

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