Por: Fabio Venturini
Um juiz do estado norte-americano do Texas afirmou na semana passada que a reeleição de Barack Obama levaria os Estados Unidos a uma guerra civil ( http://ianoticia.com/2012/08/25/reeleicao-de-obama-levaria-os-eua-a-guerra-civil-diz-juiz/). O absurdo defendido pelo magistrado Tom Head, do condado de Lubbock, em entrevista para a Fox, tem bastante lógica no formato, não no conteúdo.
Acreditar que tropas da ONU invadiriam as cidades estadunidenses, como previu o magistrado, seria demais até para Hollywood, mas incutir o pavor na sociedade e jogar com o medo popular é prática comum em todas democracias ocidentais, algo que nos Estados Unidos se faz com maestria.
Não é a primeira vez que os republicanos do Texas usam a campanha política pela difusão e estímulo do medo. Caso contrário não conseguiriam apoio popular e centenas de milhões do orçamento para invadir o Iraque em busca de armas de destruição em massa (termo bonito para atemorizar o povo, a propósito) e encontrar apenas petróleo explorado por companhias texanas.
O juiz Head recorreu a um dos maiores “ traumas” do imaginário estadunidense foi a Guerra da Secessão (1861-1865), também conhecida como Guerra Civil Americana, entre os 11 estados confederados do Sul, de oligarquias rurais, contra os estados do Norte industrializado.
Nas escolas estadunidenses o conflito é ensinado como um evento que não deveria ter acontecido, com mais de 970 mil mortes desnecessárias, com “irmãos lutando contra irmãos”, e que apenas atrasou a grandeza daquele país. Do ponto de vista histórico nem é História cientificamente contada. É construção de ideologia finalidade de garantir a passividade da população.
Codinomes ao medo
O nome Barack Obama já é um prato cheio para os profetas da política apocalíptica. O atual presidente é acusado de ser árabe, como se isso fosse motivo para ser acusado de algo, e comunista, devido a propostas previam a retirada de dutos de dinheiro público com destino a empresas estadunidenses, como o projeto de reforma do sistema de saúde.
Quem viu o documentário Sicko, de Michael Moore, sabe que o atendimento médico nos Estados Unidos mostrado em seriados e filmes é tão fantasioso quanto a declaração de Head. Seu nível é péssimo, com qualidade e possibilidades de acesso diretamente proporcionais à cobertura do seguro do paciente.
Tem sobrenome não anglo-saxão e se preocupou com a população. Logo, é terrorista, comunista, favorável ao casamento gay e frágil perante a ONU… Mesmo que nada tenha de cultura árabe e ideologias comunistas, esta é a base da campanha que se aproxima, associando a imagem de Obama ao que se ensinou serem inimigos comuns dos Estados Unidos e se estilo de vida.
Um juiz recorrer à Guerra Civil foi puro fanfarronismo, mas a estratégia está na mesa, o palanque está montado novamente nos meios de comunicação.
Mensageiros da catástrofe mundo a fora
A estratégia de propaganda política pelo medo não é privilégio dos estadunidenses. Eles aprenderam em alguns locais bastante eficientes, repassaram a “expertise” em outros…
No Brasil, em 1989, correligionários dos candidatos de direita à Presidência da República espalhavam que se algum comunista (normalmente as referências eram a Lula, do PT, e Roberto Freire, do PCB) vencesse as eleições tomariam filhos de famílias pobres para o governo, confiscariam televisores e outros eletrodomésticos de quem possuísse mais de um para distribuir a “vagabundos que comunistas que não gostam de trabalhar” e até colocariam famílias inteiras em cômodos desocupados de sua casa. Muita gente acreditou e ajudou a eleger Collor.
Também houve por aqui pelo menos duas grandes ondas anticomunistas, de propaganda pelo medo: uma depois de 1935, quando militares ligados ao PCB tentaram derrubar Getúlio Vargas, e durante a ditadura civil-militar de 1964 em diante.
Para se ter uma ideia, jagunços da ditadura tentaram prender em São Paulo o autor de uma peça comunista-marxista-leninista-stalinista-qualquer. A prisão foi frustrada porque o autor, o senhor Sófocles, estava morto havia milhares de anos, na Grécia antiga.
O artista mais censurado, como mostra o historiador Paulo Cesar Araujo no livro Eu não sou cachorro não, foi Odair José, “um cafona”, além de outros que nada tinham nem queriam ter de envolvimento político ativo.
Pelo globo podem-se enumerar muitos outros eventos, como o medo europeu dos imigrantes ladrões de empregos, o medo que os alemães aprenderam a ter de um mundo dominado por judeus antes da 2ª Guerra Mundial, o pavor que os ricos latino-americanos têm de Cuba etc.
E você, tem medo de quê? De quem? Este medo é justificável?
Um juiz do estado norte-americano do Texas afirmou na semana passada que a reeleição de Barack Obama levaria os Estados Unidos a uma guerra civil ( http://ianoticia.com/2012/08/25/reeleicao-de-obama-levaria-os-eua-a-guerra-civil-diz-juiz/). O absurdo defendido pelo magistrado Tom Head, do condado de Lubbock, em entrevista para a Fox, tem bastante lógica no formato, não no conteúdo.
Acreditar que tropas da ONU invadiriam as cidades estadunidenses, como previu o magistrado, seria demais até para Hollywood, mas incutir o pavor na sociedade e jogar com o medo popular é prática comum em todas democracias ocidentais, algo que nos Estados Unidos se faz com maestria.
Não é a primeira vez que os republicanos do Texas usam a campanha política pela difusão e estímulo do medo. Caso contrário não conseguiriam apoio popular e centenas de milhões do orçamento para invadir o Iraque em busca de armas de destruição em massa (termo bonito para atemorizar o povo, a propósito) e encontrar apenas petróleo explorado por companhias texanas.
O juiz Head recorreu a um dos maiores “ traumas” do imaginário estadunidense foi a Guerra da Secessão (1861-1865), também conhecida como Guerra Civil Americana, entre os 11 estados confederados do Sul, de oligarquias rurais, contra os estados do Norte industrializado.
Nas escolas estadunidenses o conflito é ensinado como um evento que não deveria ter acontecido, com mais de 970 mil mortes desnecessárias, com “irmãos lutando contra irmãos”, e que apenas atrasou a grandeza daquele país. Do ponto de vista histórico nem é História cientificamente contada. É construção de ideologia finalidade de garantir a passividade da população.
Codinomes ao medo
O nome Barack Obama já é um prato cheio para os profetas da política apocalíptica. O atual presidente é acusado de ser árabe, como se isso fosse motivo para ser acusado de algo, e comunista, devido a propostas previam a retirada de dutos de dinheiro público com destino a empresas estadunidenses, como o projeto de reforma do sistema de saúde.
Quem viu o documentário Sicko, de Michael Moore, sabe que o atendimento médico nos Estados Unidos mostrado em seriados e filmes é tão fantasioso quanto a declaração de Head. Seu nível é péssimo, com qualidade e possibilidades de acesso diretamente proporcionais à cobertura do seguro do paciente.
Tem sobrenome não anglo-saxão e se preocupou com a população. Logo, é terrorista, comunista, favorável ao casamento gay e frágil perante a ONU… Mesmo que nada tenha de cultura árabe e ideologias comunistas, esta é a base da campanha que se aproxima, associando a imagem de Obama ao que se ensinou serem inimigos comuns dos Estados Unidos e se estilo de vida.
Um juiz recorrer à Guerra Civil foi puro fanfarronismo, mas a estratégia está na mesa, o palanque está montado novamente nos meios de comunicação.
Mensageiros da catástrofe mundo a fora
A estratégia de propaganda política pelo medo não é privilégio dos estadunidenses. Eles aprenderam em alguns locais bastante eficientes, repassaram a “expertise” em outros…
No Brasil, em 1989, correligionários dos candidatos de direita à Presidência da República espalhavam que se algum comunista (normalmente as referências eram a Lula, do PT, e Roberto Freire, do PCB) vencesse as eleições tomariam filhos de famílias pobres para o governo, confiscariam televisores e outros eletrodomésticos de quem possuísse mais de um para distribuir a “vagabundos que comunistas que não gostam de trabalhar” e até colocariam famílias inteiras em cômodos desocupados de sua casa. Muita gente acreditou e ajudou a eleger Collor.
Também houve por aqui pelo menos duas grandes ondas anticomunistas, de propaganda pelo medo: uma depois de 1935, quando militares ligados ao PCB tentaram derrubar Getúlio Vargas, e durante a ditadura civil-militar de 1964 em diante.
Para se ter uma ideia, jagunços da ditadura tentaram prender em São Paulo o autor de uma peça comunista-marxista-leninista-stalinista-qualquer. A prisão foi frustrada porque o autor, o senhor Sófocles, estava morto havia milhares de anos, na Grécia antiga.
O artista mais censurado, como mostra o historiador Paulo Cesar Araujo no livro Eu não sou cachorro não, foi Odair José, “um cafona”, além de outros que nada tinham nem queriam ter de envolvimento político ativo.
Pelo globo podem-se enumerar muitos outros eventos, como o medo europeu dos imigrantes ladrões de empregos, o medo que os alemães aprenderam a ter de um mundo dominado por judeus antes da 2ª Guerra Mundial, o pavor que os ricos latino-americanos têm de Cuba etc.
E você, tem medo de quê? De quem? Este medo é justificável?
Indicação: Nos dias de Noé
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