Por Renata Takahashi (da Redação)
No começo deste ano, o McDonald’s lançou uma campanha publicitária chamada “Além da cozinha”, cuja missão declarada era mostrar aos consumidores a origem dos ingredientes usados pela maior e mais conhecida rede de fast-food do mundo. A campanha exibiu no Brasil vídeos sobre a origem da alface, das batatinhas e da carne utilizada nos lanches.
A investida publicitária não se deu só aqui, mas em toda América Latina. E coincide com um momento de queda nas vendas globais do McDonald’s.
Mas no Chile a ONG “EligeVeganismo – Organização chilena pela abolição da escravidão dos animais não humanos”, decidiu desmascarar a farsa da romântica campanha do McDonald’s no país. Como lá a empresa usou o nome “Más allá de la cocina” para enganar os consumidores sobre a origem de seus produtos, a ONG batizou a ‘anticampanha’ de “Más allá de la hamburguesa”.
Trata-se de uma investigação real sobre os criadouros, matadouros e animais destinados a virarem hamburgueres e serem vendidos pelo McDonald’s. O vídeo tem aproximadamente 20 minutos, e basta para mostrar que a verdade é completamente diferente do que mostra a campanha da empresa.
Obs: O vídeo com o documentário foi removido do you tube, ma fica este aqui que mostra também um pouco da realidade oculta por trás da MacDonald´s
Funcionários de estabelecimentos que aparecem na publicidade do Mc Donald’s revelam que muitos animais que viram hamburguer são velhos, doentes, alguns que seriam descartados após não servirem mais à indústria de laticínios.
Todo sangue ocultado pela propaganda enganosa do McDonald’s aparece na parte que mostra o matadouro “Mafrisur”. Também são mostradas imagens de animais em péssimo estado, sendo puxados pelo rabo, arrastados no chão pelos cifres e sendo golpeados com pedaços de pau e ferro.
Denúncias e irregularidades
No Brasil, a rede é operada pela Arcos Dourados, máster franqueada da marca McDonald’s em toda América Latina. Só no Brasil, a rede possui 50 mil funcionários. O faturamente em 2009 foi de R$3,5 bilhões, segundo dados publicados no site brasileiro da empresa.
Apesar do enorme lucro, inúmeros escândalos envolvem o McDonald’s, que além de estar entre as empresas que mais matam animais no mundo, não se preocupa com a qualidade nutricional de seus alimentos e menos ainda com o bem-estar de seus funcionários.
Recentemente, a Justiça do Trabalho determinou que a Arcos Dourados realizasse ajustes na jornada de seus funcionários para assegurar o pagamento de ao menos um salário mínimo por mês, além de permitir o consumo de alimentos trazidos de casa. Sim, até então os trabalhadores eram obrigados a escolher entre as opções do cardápio da loja, e não podiam levar seus próprios alimentos. A proibição pode ter afetado gravemente a saúde dos funcionários, uma vez que, todos sabemos, os lanches do McDonald’s não são nada saudáveis.
Em 2004, o cineasta americano Morgan Spurlock passou 30 dias só comendo no McDonald’s e sendo monitorado por exames clínicos e por um médico, para realizar o documentário Super Size Me.
No final do período, ele havia engordado 11,1 quilos, seu índice de massa corporal se elevara de 23,2 para 27 (grande aumento de gordura), sofreu problemas como mudanças de humor (um começo de depressão) e disfunção sexual, além de danos ao fígado. O cineasta precisou de mais de 1 anos para perder todo peso que ganhou no mês da experiência.
Se a maior rede de fast-food do mundo, mesmo com lucros enormes, não investe no bem-estar de seus funcionários, imagine o que é capaz de fazer com os animais que explora como matéria-prima, que não tem voz para fazerem denúncias e se defenderem e ficam longe dos olhos dos consumidores?
É importante ressaltar que a ONG EligeVeganismo, como o próprio nome sugere, não está em busca de melhores condições para os animais nos criadouros e matadouros, e sim de sua verdadeira libertação. Assim, o vídeo “Más allá de la hamburguesa” termina convidando o espectador a aderir ao veganismo, a ferramenta mais efetiva para frear tanta dor e sofrimento. “Por que os animais não são nossos escravos”, conclui.
Veja mais sobre a grande mentira do McDonald’s no site da Campanha “Más allá de la hamburguesa” e da ONG EligeVeganismo.
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