Pesquisar este blog

terça-feira, 22 de abril de 2014

Estudiosos comentam como o futebol é usado pelo governo para manipular a população

Imagem: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Futebol e ditadura andaram muito próximos na América Latina. São muitos os casos em que governos se utilizaram do esporte para se promover. Mas a utilização do esporte para fins políticos não parou na década de 1970 e pode ser percebido também na democracia. Sob o tema Futebol e Ditaduras na América Latina, o assunto foi discutido na 2ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura.

"A gente constata que futebol e ditadura andaram muito próximos. As ditaduras se valeram muito do futebol, em vários momentos, como propaganda. Mas isso ocorre no regime democrático. Nas ditaduras, é claro, é um processo mais objetivo e danoso, mas também acontece na democracia", disse o historiador e jornalista Lúcio de Castro.

A Copa do Mundo, que começa em dois meses, é um exemplo disso. "Em alguns campos, a gente está vivendo um estado muito preocupante, próximo ao estado de exceção. Quando a gente fala em remoções de favelas, a gente vive casos muito preocupantes", disse.

Castro comentou também as manifestações que ocorreram em meados de 2013, durante a Copa das Confederações. Ele criticou a forma como o governo está lidando com o assunto. "Me preocupo muito: a partir dos protestos, se discutiu uma série de leis que inclusive lembram o estado de exceção, nas quais você pode ser preso só por estar se manifestando. Espero que a gente possa viver nas ruas o que é um pais democrático".

Também presente no debate, o escritor e jornalista uruguaio Eduardo Galeano não quis comentar especificamente as manifestações ou a Copa, mas defendeu o futebol como esporte. "O futebol não tem a culpa dos pecados cometidos em seu nome". Galeano é autor do livro Futebol ao Sol e à Sombra, no qual mostra que o futebol tornou-se um negócio lucrativo. Galeano descreve que, para além das paixões, mitos, heróis, glórias e tragédias, o jogo tem um lado sombrio, que envolve poderosos interesses políticos e financeiros.

Por outro lado, os debatedores ressaltaram que não apenas as ditaduras utilizaram os jogos, mas também a população. Galeano citou o Uruguai como exemplo. Foi em um estádio, a primeira manifestação contra o golpe no seu país. "O povo estava mudo pela agressão. Mas foi num estádio lotado, não tinha nenhum lugarzinho, nem microscópico, que começaram a gritar pela primeira vez: Se vá a acabar, se vá a acabar la dictadura militar".

Comumente, também o estado de letargia e conformidade com a própria situação econômica e social costuma ser associado ao fanatismo pelo futebol, expondo uma forma de alienação de problemas relevantes, além de um escape à realidade.

Mariana Tokarnia
Edição: Davi Oliveira
Agência Brasil Editado e acrescentado por Folha Política

Um comentário:

  1. Então cada região tem seu esporte para ajudar a manipular, no caso do Brasil é o futebol, onde o fanatismo dos torcedores acabam destruindo eles mesmos, precisa estar muito cego mesmo, para perceber que os jogadores estão ricos gastando dinheiro atoa, enquanto o torcedor não ganha nada com isso, povo se mata por porcaria de futebol, o que mais tem é torcida organizada que sai em briga com outras torcidas que acabam em morte.

    ResponderExcluir

Obrigado por querer comentar, mas antes saiba algumas regras para que seu comentário seja aceito:

1 - Não use palavrões, não faça ironias ou qualquer outro tipo de comentário desagradável e sem conteúdo sobre os assuntos aqui tratados.

2 - Sem expressões de fanatismo, o blog é sobre Conspiração e a Volta do Senhor Jesus Cristo, e não um blog fã de algum artista ou coisa do tipo.

Se seu comentário não apareceu é devido ao não cumprimento de algumas regras acima ou porque os administradores ainda não o liberaram por falta de tempo.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Nota:

Este blog tem finalidades exclusivamente informativas e não tem como objectivo o lucro.

É importante esclarecer que este blog, em plena
vigência do Estado Democrático de Direito, exercita-se das prerrogativas
constantes dos incisos IV e IX, do artigo 5º, da Constituição Federal.
Relembrando os referidos textos constitucionais, verifica-se: “é livre a
manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (inciso IV) e "é livre a
expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença" (inciso IX).