Membros dos Partidos Republicano e Democrata precisam chegar a um acordo, nesta quarta-feira (16), sobre o aumento do limite da dívida dos Estados Unidos, ou o país poderá não ser capaz de pagar seus credores a partir de quinta-feira (17), quando se esgotam os recursos que o governo dispõe. Com isso, o país dará o primeiro calote financeiro da sua história.
Um terço da dívida americana, que tem como teto atual o total de R$ 36,8 trilhões (US$ 16,7 trilhões), está nas mãos de governos de outros países e empresas privadas que investiram em títulos do Tesouro americano. De acordo com dados divulgados em setembro deste ano, os Estados Unidos deviam R$ 12 trilhões (US$ 5,5 trilhões) aos principais credores de fora do país até julho.
Saiba quem são eles a seguir.
Segundo números do Tesouro americano, a China é o maior credor dos Estados Unidos. O país possui R$ 2,76 trilhões (U$ 1,27 trilhão) em títulos da dívida americana.
O país está “naturalmente preocupado com os avanços em direção ao abismo fiscal norte-americano”, disse o vice-ministro das Finanças chinês, Zhu Guangyao (foto), na semana passada.
— Nós pedimos que os Estados Unidos seriamente tomem medidas para resolver a tempo [as questões] acerca do teto da dívida antes de 17 de outubro e que evite um default [calote] de dívida para garantir os investimentos chineses no país e a recuperação econômica global
O Japão é o segundo maior detentor de papéis da dívida americana, com R$ 2,46 trilhões (US$ 1,13 trilhão) em títulos do Tesouro.
O ministro das Finanças do Japão, Taro Aso (foto), se mostrou preocupado com a possibilidade de que o possível calote dos Estados Unidos não apenas diminua o valor dos títulos do Tesouro em poder do governo japonês, mas também possa afetar os mercados financeiros internacionais.
— Muitos deles [membros do Congresso] parecem não entender bem a magnitude do impacto internacional que este problema poderia causar. É preciso compreender a situação financeira internacional
Em terceiro lugar na lista dos maiores credores estrangeiros dos Estados Unidos está um conjunto de bancos caribenhos (Caribbean Banking Centers), que inclui instituições de Bahamas, Bermudas, Ilhas Virgens Britânicas, Ilhas Cayman, Antilhas Holandesas e Panamá
Um grupo de exportadores de petróleo, composto por Equador, Venezuela, Indonésia, Bahrein, Irã, Iraque, Kuwait, Oman, Qatar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argélia, Gabão, Líbia e Nigéria, é o 4º maior detentor de títulos da dívida americana, com R$ 560,3 bilhões (US$ 257 bilhões) em títulos do Tesouro americano
Até julho deste ano, o Brasil possuía R$ 558,2 bilhões (US$ 256 bilhões) em papéis da dívida americana e ocupava o 5º lugar na lista dos principais credores estrangeiros dos Estados Unidos.
Caso o governo americano decrete o calote dos seus títulos, “a sequência do que poderá acontecer é uma grande incógnita, porque não se conhece nenhum caso de um país com a importância dos Estados Unidos que tenha dado um calote na sua dívida”, disse à BBC Brasil o professor de Economia Internacional da PUC-SP Antônio Carlos Alves dos Santos.
No caso do Brasil a situação seria complicada, porque a situação econômica do país já não é muito boa, e não queremos um choque externo que teria ainda mais impacto na economia brasileira
Na 6ª posição da lista de credores está Taiwan, com R$ 403 bilhões (US$ 185 bilhões) em títulos do Tesouro americano
Em seguida, está a Suíça, que possui R$ 388 bilhões (US$ 178 bilhões) da dívida e ocupa a 7ª posição entre os principais credores estrangeiros dos Estados Unidos
A Bélgica, do rei Philippe (foto), coroado em 21 de julho deste ano, depois que seu pai Albert abdicou do trono em seu favor, detém R$ 364 bilhões (US$ 167 bilhões) da dívida americana e é o 8º país da lista de credores
O Reino Unido, governado pela Rainha Elizabeth 2ª (foto), é o 9º maior detentor de títulos do Tesouro americano, R$ 340 bilhões (US$ 156 bilhões)
Em 10º lugar da lista dos principais credores estrangeiros dos Estados Unidos, está Luxemburgo, que tem o Grão-duque Henri (foto) como chefe de Estado e possui R$ 318 bilhões (US$ 146 bilhões) de participação na dívida americana
Desde o início de outubro parte do setor público dos Estados Unidos está paralisada devido a um impasse na aprovação do orçamento do país.
O presidente Barack Obama defende que o teto da dívida americana deve ser aumentado para que o governo possa pagar suas contas. Já os membros da oposição dizem que o presidente precisa concordar em cortar gastos para que as negociações possam continuar
A dívida pública se refere ao dinheiro usado pelo governo federal para financiar suas atividades, como educação, saúde e infraestrutura. Esses recursos podem ser arrecadados, entre outras formas, com a emissão de títulos públicos.
Os títulos públicos federais são documentos emitidos e vendidos pelo governo a pessoas físicas, jurídicas e governos de outros países. Quem possui um desses títulos se torna credor do país que o emitiu
A compra de títulos dos Estados Unidos é vista como um investimento de baixo risco, já que o país costuma pagar seus credores, mas agora o governo americano enfrenta a possibilidade de não conseguir pagar suas dívidas e dar um calote nos investidores que compraram seus títulos
Os congressistas americanos tentam negociar uma saída para a situação, mas, até o momento, nenhum acordo foi aceito foi ambos os partidos.
Os Republicanos querem adiar a implantação da lei de assistência à saúde do presidente Obama, além de eliminar um imposto criado para financiar a cobertura de pessoas sem plano de saúde. Em troca, eles poderão autorizar o financiamento temporário do governo até 15 de janeiro e elevar o teto da dívida federal até 7 de fevereiro.
Mas o partido Democrata, de Obama, se opõe a mudanças no projeto de saúde. O presidente está confiante de que uma proposta bipartidária, que está sendo negociada no Senado, será a melhor saída para o impasse político.
Fonte: R7
Via: Conecta, Revellati online
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