Quando mudei pros EUA, achei que tinha chegado ao paraíso das comidinhas diet. Até comentei com amigas, que era uma delícia! Não precisava mais me preocupar com isso. Há uns 15 anos não sei nem o que é açúcar, tudo era aspartame. Depois que Bia cresceu, até ela entrou nessa, afinal, não custava nada evitar o maldito açúcar.
Aqui, o refrigerante é indecentemente barato. Muitas vezes, comprei no Giant, supermercado local, refrigerante em promoção, por 7 dólares, 3 caixas com 12 latas cada, o que dá 19 centavos cada lata!
Em Costco, quando ia às compras, pagava 55 centavos por quanto refrigerante pudesse tomar, eles dão o copo e você vai colocando mais. Tudo diet, claro. Houve dias em que eu percebi que tomava muito mais Coca Diet que água.
Cinco, seis latinhas, estupidamente geladas, por dia. E estava virando um vício, já acordava precisando daquela sensação do refrigerante (que também podia ser Sunkist Diet, que eu amo), descendo pelo estômago, logo cedo… (as latinhas até viraram post sobre manias)
Além disso, tem tudo diet. Chocolates, barrinhas de cereais, gelatina, sorvetes, picolé, sucos, bolinhos e até cheesecake. Quase tudo com aspartame, lógico, e a um preço super convidativo.
Paralelamente, desde que mudei pra cá, tenho me sentido estranha. Primeiro, que minha dor de cabeça (que sempre tive, igual a minha mãe), piorou muito. Vivia com dor de cabeça. Também uma “moleza” enorme, falta de disposição, parecendo uma depressão. E muita dor muscular, dores que começaram a pipocar por todo lado.
Eu adorei a mudança pra cá. Apesar de gostar muito de Estocolmo, sabia que a vida aqui seria bem mais fácil, principalmente pra Bia, como realmente foi. Ela tá ótima. Eu já falava bem inglês e adoro Washington. Estive aqui, em 1998, com Bia, e lembro de pensar que essa seria uma excelente cidade pra se viver.
Concretamente, eu não tinha do que reclamar, super feliz com Ted e Bia se adaptando bem. Mas cada vez eu piorava mais. Era uma sensação de desânimo. Aí eu comecei a observar minha a#000ntação, tentar comer coisas mais saudáveis e… cortar tudo que tivesse aspartame.
Mais do que todos os muitos artigos que eu li, posteriormente, contra esse produto, a minha experiência pessoal é de se arrepiar. Eu cortei o aspartame após ter ido parar no hospital pela terceira vez, com dores. Algumas semanas depois, eu me sentia outra pessoa. Ainda um pouco cansada, ainda com pequenas dores, mas sem nenhum traço de depressão (e sem usar nenhum anti-depressivo!).
Aí, como estava absolutamente viciada em refrigerante diet, comecei a falar que era coincidência, que não tinha nada a ver e que provavelmente eu estaria melhorando mesmo, com ou sem aspartame… e voltei a tomar as latinhas.
Gente, voltou tudo. Toda a sensação de mal-estar, de depressão, as dores aumentaram. Aí, obviamente, eu entendi a gravidade da coisa, comecei a ler tudo que, até aquele momento eu sempre jurei que era “hoax”, era lenda urbana e agora ninguém me faria colocar um miligrama de aspartame na boca.
Eu nunca fui “natureba”. Na verdade, até ficava deslumbrada com os avanços da “tecnologia da a#000ntação” comentava com Ted como era fantástico poder tomar quantas Diet Coke queria, sem me sentir “culpada”. Sempre achei que, os que detestam comidinhas diet, congelados etc. estavam vivendo em outro mundo… achava que era puro preconceito…
Hoje, depois de tudo que eu li (artigos científicos, de jornais médicos confiáveis) e por tudo que passei e estou passando, me arrependo profundamente por não ter sido uma “natureba”, a minha vida toda. Li, em um artigo, que a gente só devia consumir coisas que as nossas tataravós reconhecessem como comida. Muito interessante e é o que estou tentando seguir, agora.
O aspartame não causa a fibromialgia. Mas é um poderoso catalisador da síndrome (ou doença, como preferirem). Quando fui ao meu médico reumatologista, que tem 40 anos de experiência, e falei do aspartame ele ficou irritadíssimo (e feliz por eu já ter parado de consumir).
Disse que para eles, médicos experientes, que tratam fibromialgia, lúpus e outras doenças que atingem o sistema imunológico, isso não é nenhuma novidade. Eles atendem milhares de pacientes por ano reclamando desse “envenenamento pelo aspartame” (palavras dele). E o pior é que as indústrias de a#000ntos (basta dizer que o aspartame foi produzido, pela primeira vez, pela criminosa Monsanto) têm poder demais e eles não podem fazer nada.
E ele não é um médico jovem, cheio de “idéias alternativas”, não. É um senhor perto de se aposentar, bem tradicional (tem o nome dele em revistas, como dos melhores médicos de Washington), mas ele viu, na sua experiência própria, o efeito do aspartame e repete que é um “veneno”.
Hoje em dia, confesso que fico ansiosa ao ver alguém consumindo aspartame, ainda mais se for alguém que tem fibromialgia, porque a relação entre os dois é tão garantida e comprovada. E eu senti na pele.
Mesmo se você for perfeitamente saudável, não vale a pena arriscar, porque ninguém sabe quem tem predisposição à fibromialgia ou lúpus (pessoas negras têm maior probabilidade de desenvolver a doença). Tenho visto depoimentos, no blog Vivendo com Fibromialgia, de meninas que descobriram a doença aos 18 anos. Também vi vários homens sofrendo com isso.
Eu melhorei uns 80% depois que parei com o aspartame – além da minha postura positiva em relação à doença, credito a isso boa parte do meu bem estar e poucas dores. Mas, a fibromialgia estará sempre comigo, ainda que diminuam as dores, não tem um dia que eu não perceba que elas estão por aqui.
É uma pontada no pé, no pulso, na mão, um cansaço extremo na hora de acordar. Estou muito bem, não é nada insuportável, mas além de ser desagradável, eu sei que a qualquer momento, uma crise maior vai aparecer. Porque, uma vez estabelecida, a fibromialgia não tem cura.
Portanto, não vale a pena arriscar, de jeito nenhum. Esse é o primeiro post de uma série que vou fazer sobre o aspartame. Mas, se fosse você, ia na cozinha e jogava fora já, tudo que tiver com esse produto, eu, meu médico e muitos estudos sérios estamos garantindo que é um veneno.
Obs.: uma questão prática… como substituir o aspartame? Eu evito, hoje, qualquer adoçante dietético. Se for mesmo obrigada, por total falta de opções e tiver Splenda, ainda uso, mas sei que também tem contra-indicações. O açúcar, como bem lembrou a Juliana, também faz mal, especialmente refinado. Eu acho que a melhor opção ainda é a stevia, que é o produto mais saudável. Estou curiosa pra ver se suspender os adoçantes diet vai aumentar meu peso. Desconfio que não.
Revellati Online
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