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domingo, 24 de julho de 2011

Projeto big brother

Projeto Indect: O Plano Big Brother Europeu

A União Europeia está desenvolvendo um Pan-óptico do século 21, um sistema de vigilância monstruoso que os críticos descrevem como “orwelliano”, “sinistro” e “assustador”, que reuniria dados de várias fontes, incluindo câmaras de vigilância, redes P2P e computadores pessoais, a fim de detectar comportamento “anormal” em todo o continente europeu.
Num sentido mais amplo, isto faz parte do movimento para a criação de uma força polícia federal pan-europeia, onde a informação e as competências são compartilhadas como parte de um sistema centralizado. É também um passo gigantesco rumo a criação de uma CIA Europeia encarregada não de em espiar os inimigos estrangeiros, mas sua própria população.
O sistema de vigilância, conhecido como Projeto Indect, promete coletar informações por meio de “acompanhamento contínuo” de “sites da web, fóruns de discussão, grupos de usenet, servidores de arquivos, redes P2P e computadores individuais”. Ele também usará imagens de CCTV (câmeras de vigilância) e outros métodos de vigilância para desenvolver modelos de “comportamento suspeito”, analisando o tom de voz das pessoas (o que sugere que as conversas privadas serao gravadas), bem como “a maneira como seus corpos se movem”. Seu principal objetivo será a “detecção automática de ameaças e de comportamento anormal ou violento”.
Este é o Echelon sob esteróides, uma nova versão do programa da NSA (Agencia de Segurança Nacional Americana) que vem espionando cidadãos por anos, atualizado e ampliado para as aplicações tecnológicas do início do século 21. Em 1999, o governo australiano admitiu que faziam parte de uma rede de interceptação e vigilância liderada pela NSA, em aliança com os EUA e a Grã-Bretanha, que poderia ouvir “todas as chamadas telefônicas internacionais, fax, e-mail, ou transmissão de rádio,” em todo o planeta. O Projeto Indect é meramente uma nova encarnação deste mostruoso sistema de vigilância.
Abra o analista Stephen Booth, da organizacao Open Europe descreveu o projeto como “orwelliano” e uma “invasão de privacidade enorme”, observando que os impostos dos próprios cidadãos europeus irão para um programa de que trata a todos como culpados até que se prove o contrário.
“Monitorar populações inteiras, em vez de acompanhar suspeitos individualmente, é um passo sinistro em qualquer sociedade”, afirmou Shami Chakrabarti, diretor do grupo de direitos humanos Liberty.
“É bastante perigoso a nível nacional, mas em uma escala européia a idéia chega a dar calafrios”, disse ela.
O Projeto Indect é uma grande guinada na ordem do dia para construir um gigantesco curral vigiado dentro do qual a população de todo o planeta estará presa.
Os métodos que estão sendo empregados para fazer isso são uma reminiscência tecnologicamente avançada do conceito do teórico social Jeremy Bentham de 1785 chamado Pan-óptico, um edifício-prisão especialmente construído, projetado “para permitir que um observador observe (Opticon) todos (pan) os prisioneiros sem que os prisioneiros sejam capazes de dizer que estejam sendo observados, desta forma, transmitindo o que os arquitetos tem chamado o “sentimento de onisciência invisível”.
Bentham descreveu o Pan-óptico como “um novo modo de obter o poder da mente sobre a mente, em uma quantidade até então jamais vista”.
A noção de que os indivíduos não sabem quando eles estão sendo vigiados pelas autoridades é fundamental para alcançar o objetivo final: manter a população em constante estado de subjugação, desconforto e medo, levando-os à auto-regular o seu próprio comportamento.
Segundo o pesquisador do Instituto Dinamarquês de Direitos Humanos Peter Scharff, o Pan-óptico foi destinado a promover a “auto-regulação que seria provocada pela vigilância constante”. O conceito foi finalmente incorporado a muitas prisões que continuam hoje como tendo projetos “populares”, que também maximizam a quantidade de pessoas que podem ser controlados por uma única pessoa. O fato de que as autoridades estarem construindo prisões sociais em torno de todos nós hoje usando os mesmos métodos básicos de controle é suficiente para dar um frio na espinha de qualquer um e nos lembrar mais uma vez que a liberdade é um mito.
Isto não tem nada a ver com a captura de criminosos – como números recentes no Reino Unido têm demonstrado, câmeras de CCTV tem praticamente nenhum efeito sobre o crime. É apenas para deixar os escravos saberem quem são seus chefes, é um jogo mental psicológico criado para distinguir e reforçar a relação mestre-servo entre o Estado e o indivíduo.
O fim do jogo é convencer o indivíduo que a sua liberdade para se expressar em público, de exercer qualquer tipo de protesto ou simplesmente questionar a estrutura de poder que o rodeia, é um ato suspeito e prejudicial à sociedade e que consequências negativas seguirao para qualquer escravo que se atreva a pisar fora desta invisível mas ainda opressiva cela de prisão.


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