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sexta-feira, 5 de julho de 2013

“As soberanias nacionais estão mortas”


David Icke, o sempre polémico autor britânico, com milhares de livros vendidos em todo o planeta, discursou para centenas de pessoas nas imediações do hotel londrino onde se realizou a mais recente reunião Bilderberg (que juntou Paulo Portas, José Seguro e Durão Barroso). Há quase duas décadas que este antigo apresentador da BBC alerta para o aumento dos poderes da União Europeia e para a enorme influência de organizações como o Bilderberg em países como Portugal. Basílio Martins, correspondente de "O Diabo" em Londres, perguntou-lhe porquê.

Basílio Martins – Nos últimos vinte anos, Portugal teve sete governos – todos eles com membros de uma sociedade secreta conhecida como Bilderberg. Vários dos nossos últimos primeiros-ministros foram eleitos meses após integrarem essa organização. Que comentário faz sobre isto?

David Icke – Não acontece apenas em Portugal, mas um pouco por todo o mundo. Vejam o caso de Tony Blair: comparece na reunião Bilderberg de 1993 na Grécia, e pouco tempo depois torna-se líder do Partido Trabalhista e primeiro-ministro da Inglaterra. Clinton aparece no encontro de 1991 e meses depois era presidente dos EUA. Isto é muito frequente.

Quem investigar os secretários-gerais da NATO verá que quase todos eles são membros do Bilderberg. Tudo isso é apenas a face visível de uma rede global de organizações e sociedades secretas, que coordenam uma política global para a transformação da sociedade humana. O grupo Bilderberg é uma de várias organizações que coordenam essa agenda política.

E como são várias, têm ao longo de muitas décadas levado a cabo uma ininterrupta centralização do poder – porque quanto mais pessoas puderem tomar decisões, menos influência têm as que estão no centro da rede. Quando se prepara um plano global, precisa-se obviamente de coordenação. Isso consegue-se através de organizações como esta, que transmitem a mesma agenda política a diversos sectores da sociedade: empresas, governos, órgãos de comunicação social, agências militares, serviços secretos e muitos outros.

Como funcionam essas organizações?

A história da União Europeia (UE) é um exemplo clássico de como estas organizações funcionam. Há alguns anos atrás foram revelados vários documentos da reunião Bilderberg de 1955 na Alemanha, onde se pode ver que eles discutiram a criação de um mercado comum e uma moeda única na Europa dois anos antes do Tratado de Roma.

O próprio Étienne Davignon, que foi presidente da direcção do Bilderberg e vice-presidente da Comissão Europeia, afirmou que o Bilderberg esteve envolvido na criação da moeda única. Ao longo dos tempos, foi possível ver na Europa diversos momentos chave nos quais políticos aparentemente divergentes, de diferentes países, partidos e ideologias, tomaram as mesmas decisões.

A coordenação dessa agenda política, que transformou o projecto inicial de mercado comum nesta mega ditadura burocrática – uma versão mais ocidental da União Soviética – assegurando a erosão das soberanias nacionais e um poder cada vez mais centralizado na Europa, tem sido orquestrada em reuniões como as do Bilderberg. Essa coordenação foi evidente nos referendos.

Normalmente eles forçam referendos sucessivos até conseguirem um “sim” às suas políticas, como fizeram na Irlanda. Mas há alguns anos atrás, quando a Constituição Europeia foi referendada em França e nos Países Baixos, o “não” venceu com uma margem tão grande que os levou a desistir dos referendos. Simplesmente mudaram o nome para Tratado de Lisboa e impuseram o que queriam na mesma – 98 por cento do que estava na Constituição está no Tratado de Lisboa. Quando eles não conseguem vencer uma votação, arranjam uma forma de dar a volta – no fim, o Bilderberg ganha sempre.

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