11 motivos para não assistir o Teste de Fidelidade

O Teste de Fidelidade é, sem sombra de dúvidas, o programa mais baixo e rasteiro em exibição hoje no Brasil. Sua falta de escrúpulos é capaz de fundir o despudor de um famigerado Big Brother Brasil com a veracidade duvidosa de uma pegadinha do Topa Tudo por Dinheiro. Mesmo assim, ainda há aqueles que, movidos por uma fé religiosa, creem que o Teste seja real.

"Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar", já dizia Carl Sagan. Dessa forma, aqueles que creem na veracidade do Teste de Fidelidade demonstram uma profunda vontade de continuar crendo na ilusão que lhes foi mostrada. "Tem que ser real", é o que imagina aqueles que não conseguem conceber que creram anos numa mentira.

Antes de tudo, se alguma João Klebete quiser me contestar, apresente evidências.

11 motivos para não assistir o Teste de Fidelidade

1- Inversão do ônus da prova

Muitos creem em deus, mesmo sem uma prova cabal. A desculpa que os conforta é a concepção coerente de que o universo não pode/deve ter sido obra dele mesmo. Dessa forma, não tendo como provar, apelam à inversão ônus da prova; pois, a opção da inexistência de deus é tão absurda para explicar a criação e os fenômenos sobrenaturais que cabe aos descrentes provarem sua tese.

O Teste de Fidelidade se assemelha um pouco disso. Podemos concluir que a melhor opção é crer que o Teste é falso, mesmo sem uma prova cabal. A desculpa para nossa conclusão é que ele é tão absurdo que ele inverte o ônus da prova. Quando querem negar uma tese coerente com um suposição absurda, o ônus da prova deve ser invertido. Logo, é a produção do Teste que tem que provar que o teste não é falso. Enquanto eles não provarem que os testes são todos verdadeiros, o mais prudente é crer que é falso.

2- Contra fatos, não há argumentos

Ainda que não houvesse nenhuma prova, já poderíamos crer que se trata de um programa falso. O "problema" é que existem provas contundentes que provam que o teste seja armado: o casal que participou do casos de família, a entrevista da Bruna Ferraz confessando que era armado, a entrevista do Rafinha Bastos confessando que as pegadinhas eram armadas, e, por último e mais importante, a entrevista que eu mesmo fiz com uma ex-participante de um teste de 2005. Confira aqui. É óbvio, relatos orais não são provas absolutas, mas em face das incongruências que o Teste apresentam, já bastam para que se confirmem a tese de que o teste é falso.

3- Engano

Por que as pessoas assistem o Teste se sabem que ele é deve ser combinado?

A- Em caso de crerem que é verdadeiro: o que as faziam acreditar? Será que elas queriam acreditar que todas aquelas situações eram reais?positiva
B- Em caso de crerem que é falso: por que assistiam se sabiam que é mentira?
Por que motivo pessoas racionais devem assistir um programa que ofende a consciência alheia?

4- Desnecessário

Imagino que haja um enorme público masculino que se interesse em ver o corpo das mulheres nos testes, assim como gays com a exibição dos corpos do homens. O problema é que atualmente a inclusão digital permeou todo o nosso território, permitindo que qualquer pessoa tenha acesso a anos e anos de pornografia através de bilhões de sites na internet. Até quando você não quer, você acaba caindo num link e entrando num site de sacanagem. Logo, não há motivo para assistir o Teste de Fidelidade se qualquer homem pode ver mulheres na internet.

5- Picuinha

Ainda desconsiderando o público masculino e gay que assistem o programa, ainda sobra um enorme público feminino que assiste o programa. Bem, imagino que mulheres não tenham a impulsão ao erotismo que os homens.

 Então, por que elas assistem o programa tanto? Existem duas respostas: para falar mal dos envolvidos no dia seguinte no trabalho com as amigas (ou seja, para fofocar) e para aplicar julgamento de valor sob os envolvidos (ou seja, para julgar as pessoas de tudo de pior e mais imoral que existe nelas). Pessoas sensatas não precisam ficar se alimentando desse lixo.

6- Surreal

A todo momento, o João Kléber pergunta para a parceira se deseja continuar a ver o Teste. Por incrível que pareça, NUNCA o cônjuge para pede para deixar de assistir. O que é uma insensatez se levarmos em conta a humilhação que sempre vem a seguir. O comportamento dos testados também é bizarro. Por que motivo o testado aceita aparecer no palco depois da exibição para ser defenestrado? No mundo paralelo onde acontece o Teste de Fidelidade, ninguém tem pudor de aparecer na tv nas situações constrangedoras que são exibidas no Teste. Logo, não há motivo para uma pessoa coerente perder seu tempo assistindo algo tão escabrosamente falso.

7- Script

O programa evidentemente segue um script. 95% dos Testes são rigorosamente iguais. Começa um vídeo com a apresentação da sedutora. O cônjuge conta que resolveu testar mas que confia no parceiro. O Teste começa, sendo interrompido a todo momento pelo João Kléber, que faz piadas e ironias com a mulher tráida. O homem cai no teste. Entra no palco com um buquê de flores justifica "foi você que pediu isso. Você não se compara a ela (a sedutora)". Alguém da plateia começa a julgar o testado. A sedutora entra no palco, afirmando que apenas fez o trabalho dela. A traída parte para cima do testado. A segurança tenta apartar e tudo vira um circo.

Se as pessoas já sabem como tudo acontece e sabem como tudo termina, por que assistem? Quem tem tempo a perder não perde tempo assistindo um programa tão previsível.

8- Irresponsável

O programa é extremamente irresponsável e qualquer um que lhe presta a sua audiência apenas promove um total desatino. Se o teste fosse real, imagine quantos lares teriam sido desfeitos, quantas crianças iriam crescer em lares desfeitos, quantos testados iriam cair em depressão, quantos traídos iriam agredir as testadas depois do Teste? As consequências do programa seria tão nefastas que qualquer um que o promovesse poderia estar indiretamente destruindo vidas.

9- Sensacionalista

O programa é o mais sensacionalista e apelativo da história da tv brasileiro. É um sofrimento assistí-lo até o final, chegando a ser uma tarefa somente destinada a sadomasoquistas.

10- Hipocrisia

O que fica ressaltado no programa é o nível da apelação, o visível atentado a todos os tipos e níveis de valores da ética social e contra os princípios da ética da comunicação. Logo, qualquer pessoa que se julgue um boa cidadã que assiste esse programa não passa de uma hipócrita.

11- Péssimos componentes

Se ainda fosse um bom programa, mas é um muito ruim. Já houveram sedutoras que eram assumidamente prostitutas, atrizes de filmes pornográficos e capas de revistas masculinas. O próprio João Kléber é conhecido como uma pessoa capaz de fazer qualquer coisa por audiência. Boatos afirmam que ele tinha brigas rotineiras com a produção do programa, Veja aqui Seu desiquilíbrio era tambanho que conseguiu fazer a façanha de ser censurado em pleno século XXI em virtude de comentários visivelmente homofóbicos que ele proferiu. Desmoralizado, se exilou em Portugal, onde vendeu lá o lixo que vendia aqui até cansar. Depois voltou ao Brasil para participar do ("maravilhoso") A Fazenda, sendo eliminado pelo público e perdido para uma desconhecida (Joana Machado). Enfim, em crise financeira e em baixa na audiência, a Rede TV convocou novamente JK para mais uma rodada no seu Teatro de infidelidade.

Fonte: Acid black nerd